sexta-feira, outubro 03, 2008
Eu vejo um riso amordaçado, morto. Unhas cerradas, olhos perdidos. Vejo uma lágrima sorteada, uma voz escurecida. De tempo em tempo você cai, você rasga, você retorna. Usando a ponta do dedo você sublinha o céu, construindo asas em sonhos, sobrevoando cadáveres incediados, respirando milhas e milhas de concreto. Chove seringas dos corpos estendidos na linha de frente, moradias enraizadas e amaldiçoadas pelo que sustenta seu chão. Sombras infectadas me acompanham, eu o vejo pincelando cores fortes, olhos estufados, vermes famintos contruindo sua forteleza. A sensação claustrofóbica do sangue pulsando nas veias, gritos de um anjo sodomizado, folhas deslizando a pele, trincando os dentes em orações. Respirando baforadas de satisfação, o demônio criando espaços abertos, dando terras vazias. Alucinações lúcidas, insanidade sadia, corpos nus sugando todas as razões, todos os significados. Decifrados e abusados, eu vejo o divino em todo lugar.
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Um comentário:
Muito doido sara, muito bom mesmo, parabéns... quer dizer que além de gostosa vc eh poetiza abstrata?! heheheh
=*
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