Embriagava-se e sua cabeça pendia pra baixo, seus olhos temiam serem descobertos, e sua voz baixa relutava em anunciar sua devastação. Seu peito apertava e suas mãos suavam. "Por que me desafiam?", pensara. "Por que me desafiam?!", gritara.
domingo, julho 26, 2009
terça-feira, julho 21, 2009
Diário do ócio.
Escuto a mesma música a tarde inteira, o cinzeiro entrega minha ansiedade e só me resta rastejar até a cama. Então desejo a estrada, o coração mais fácil e o lance mais barato. E deitada tenho saudade. O céu provoca acinzentado, não tenho fome, não tenho sono, o telefone não toca, a chuva ameaça cair forte. A cena não acaba. EU penso nele, ele pensa em mim. Eu vou até minha cama arrumar o estrago da noite passada, e meu coração aperta e não sei como parar. Posso tentar, mas não acredito. O fósforo acaba e o céu escurece. Cato fósforos embaixo do fogão encardido, olho a geladeira, vou até a varanda ver se o vento parou apenas no quarto. Em vez de ler prefiro olhar o canto sujo da porta do banheiro, e noto que o papel acabou, o shampoo também. No chuveiro pulo, pulo e pulo, a água fria me desperta. A inquietação de que logo algo acontecerá não me deixa dormir, eu ando, eu paro, eu vou até a janela, vejo uma senhora pegar uma toalha na varanda da casa da frente, ela me nota. Ligo o som e lavo os pratos. Sigo aflita. Eu ligo, dá desligado, eu ligo, dá desligado, eu ligo, dá desligado, ligo só mais uma vez e paro.
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